sábado, 28 de agosto de 2010

Morte DAlma.

Por favor, que providenciem os tambores,
e façam notório a minha chegada.
Que dêem conta dos anúncios
e tornem bem sucedida a minha entreda.
Chamo-me, Morte DAlma.
Sou forasteira nos seus sentimentos,
e minha terra natal são os seus próprios pensamentos.
Nasci da incredulidade, e da covardia.
Surgi do seu medo e do seu rancor,
Eu não precisei de um acidente e nem mesmo de uma doença.
Apenas do alimento de suas rebeldias.
Não foi necessária a droga do seu vício
e nem mesmo o homicídio feito pelos seus dedos.
Minha força não veio da sujeira de sua boca
e nem mesmo da emudeci de seu corpo.
Eu só precisei de um passo para trás,
de um fuga sua.
A minha hospedagem ocorreu por causa da sua singela fraqueza,
e a minha intenção é te fazer uma companhia.
É te levar comigo para um perfeito passeio
o que te fará mais próximo de mim.
Apenas te farei mais infeliz e mais destruído do que você já está.
Vou te mostrar como é bom ficar sozinho
e como é delicioso pensar apenas em si mesmo.
Não precisa ficar com medo de mim,
eu só vim para te completar
Afinal de contas, o seu vazio tomou conta de você.
Você era completo e nada te faltava,
porém você abandonou o único motivo de sua existência,
Você pediu a partida da sua única luz
e do seu único refugio.
Ignorou totalmente a quem mais te amou.
Rejeitou o único que além de te valorizar,
É o único que te pode de qualquer coisa te perdoar.
E então, eu vim te acompanhar,
para o pior fim de todos, não o fim da carne e nem do tempo.
Mas,
o fim da alma.
Prazer eu vim matar você.




Autora: Joice Almeida

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