segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Estou cheio

Cheio de lábios macios e línguas venenosas.
Cheio de braços quentinhos e punhos ardentes.
Estou cheio dessa hipocrisia e de tantas mentiras.
Diga que me odeia,
confesse que não me suporta.
Sei que sou deveras irritante, então não precisará mais tentar me enganar.
Não quero beijos quando eu erro
e nem suas desculpas quando fui eu quem pisou o seu pé.
O seu falso carinho não me fará falta
e dessa amarga amizade não sentirei nenhum pouco de saudades.
Pois já descobrir que não gostas de mim,
logo não preciso do seu medo de ser sincero.
Preciso ouvir de ti o quanto sou insuportável, o quanto sou detestável,
diga-me os meus defeitos.
Diga as minhas falhas, eu realmente preciso de sua sinceridade.
Pois estou cheio de pessoas que "me amam" me negando,
e me abraçam me apunhalando.
Foi por isso que o poeta disse:
"Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!"

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Não mais amante da Lua

Já foi-se o tempo em que este pobre já amou a Lua.
Linda, simples e inalcançável.
Cansado de sempre esperar o sol se pôr para poder namora-la
me sentia um amante insistente em ser sozinho.
Enquanto não conseguia tê-la eu era como Ismália,
queria sempre a Lua do céu , queria sempre a Lua do mar.
Mas nem a alcançava no Céu
e nem a abraçava no mar.
Pois, era um amante infeliz que inventou de se apaixonar por um mundo que não era seu.

Por um certo tempo até conseguir conquista-la,
mas nós dois cansamos de ter que esperar a cada pôr-do-sol para se encontrar.
E por isso que parei de insistir nesta besteira,
nunca mais olhei para procura-la no céu
e nem fui até o mar para encontra-la.

Pois, hoje eu descobrir que mais bela do que a lua
é os olhos do meu amor, que derrete a cada encontro nosso.

Humanos e não deuses

Veja bem, 
a maldade humana tem gosto de fel.
Um gosto medonho que até assusta os anjos que caíram do céu.
Sinta só um cheiro de carniça por toda humanidade,
que desfila em algumas passarelas e acena nas esquinas da cidade.
Frio, medo, choro e rancor. Todos longe do Salvador.
Eles viraram as costas, não querem mais saber de Deus.
O humano se devora com os próprios desejos seus.
Vejam as ruas sujas de sangue,
até dentro de casa, a parede, o chão e a estante.
Vejam as crianças com medo, vendo pais e filhos provocando-lhes um desejo.
Desejo de família, um grande sonho antigo,
desperdiçado por alguns meninos.
Perceba como os idosos andam desocupados,
se preocupam tanto com cabelos brancos e internet que seus netos estão abandonados.
As meninas não confiam mais em nada,
não confiam em sua médica, quem dirá em seu Zé da goiabada.
E eu vejo todos afundando na areia,
pois só Cristo é a rocha verdadeira.
E esta areia é conhecida como dogmas humanos,
formados por politica, ciência e religiosos profanos.
Meu coração chega tremer,
quando vejo que até nas igrejas temos o que temer.
Vejam bem,
a raça humana acha que tem um poder,
se encheram tantos deles mesmos que acreditam que deuses podem ser.
Fala de liberdade, justiça, luta e amor.
Mas só vejo se afundarem em tristeza e terror.
Pregam um mundo mais justo e liberto,
mas só vejo morte e corpos abertos.
A verdade, que quanto mais deuses eles se nomeiam,
mais a desgraça e miséria os rodeiam.
Quero que saibais de algo que não deve esquecerdes
Sois humanos e não deuses.