domingo, 13 de maio de 2012

Sem Começo e sem Fim - Capitulo III


Fazendo e desfazendo amizades

A minha amiga estava feliz com seu namorado, e eu continuava sem saber quem era – kkkkkkkkk. Não sou uma amiga ruim, mas o que posso fazer se ela não me apresentava os namorados dela, minhas “amigas” eram assim. Só me procurava quando a situação estava difícil. Mas, até que no dia do aniversário do Marcos, ela me apresentou a ele e fez questão que o desse os parabéns. E como sou bem extrovertida fui logo brincando com ele e dizendo: ficou velho em... Já posso vê os cabelos brancos. Então tive a infeliz idéia de chamá-lo de: “meu avô”. A partir daí criamos uma amizade muito legal. Na sala que eu estudava a varanda era virada para entrada da escola, logo era possível ver quem entrava e saia, e comecei a ficar ali só esperando o Marcos chegar, quando eu o via chamava minhas colegas e gritávamos:
– Meu avô, ô meu avô, olha o cabelo branco...
Nós riamos tanto e ele começou a me chamar de neta e ficamos cada vez mais amigos.
Certo dia descobrir que minha amiga estava brincando de ABC (Abraço, Beijo e Colada). Uma brincadeira comum entre meninos e meninas pré-adolescentes. Quem participasse da brincadeira não poderia ser visto sem essas letras em uma parte do corpo, senão teria que abraçar, beijar e beijar por um longo tempo alguém. Agora adivinhe! Ela foi para escola sem as letras escritas na pele, os seus colegas viram e a puniram da forma que a brincadeira pedia. Detalhe, ela ainda namorava com o Marcos, mas não foi fiel a ele, a desculpa foi:
– Ah! Eu já vou terminar com ele mesmo...
Por mais errado que ele tivesse sido com ela antes, puxa! Ela não havia acreditado na inocência do garoto? Isso era vingança ou era tão errada quanto ele? Depois disso fiquei mesmo chateada com ela e nunca mais tivemos uma amizade legal. Não porque achava que o Marcos não merecia, no entanto ela me pareceu mais errada do que ele. Afinal de contas era uma brincadeira e não era de fato obrigada a fazer isso.
Ela terminou mesmo com ele, isso pelo menos foi legal. Acho que ele soube do que ela tinha feito, mas mesmo assim ele continuou colega dela numa boa. Achei isso interessante e decidir por conhecê-lo melhor. O Marcos era muito divertido, falava muita besteira e eu gostava de conversar com ele, apenas para rir. Nós dois juntos só saia brincadeiras e risadas.
Minha vida ficou nessa o ano todo, Abel tentando me conquistar e o Marcos sendo um amigo divertido.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Mundo desenfreado!

           Você já notou que as pessoas em nossa volta parece um pouco mais insanas do que as nossas próprias loucuras? Tem dias que realmente a minha mente parece está um pouco menos centrada e falo muitas besteiras (algumas pessoas devem está pensando "Então ela sempre está com a mente desorientada!!!"). Mais do que o comum (me corrigi). Mas acredito ser isso normal a todos, no entanto tem pessoas que por um segundo que fica do teu lado você percebe que de fato (homenagem a Joãoela não é um ser normal. Ela não precisa falar contigo e nem mesmo te olhar, ela só precisa existir. E a gente não pode falar nada, não pode dar risada (o que nos tornaria uma pouco mais loucos) e o mais incrível é que nunca tem ninguém te acompanhando. Bem... Mas, onde quero chegar é em um acontecimento inusitado que ocorreu comigo a tarde de ontem, foi assim:
         Depois de um dia cansativo a primeira coisa que eu faço em um ônibus é encontrar a poltrona menos desconfortável e que fique o mais longe possível do alcance da linda e intensa luz do sol. Então, encontrei a poltrona que me sobrou e acreditei que não seria tão ruim. Uma menina que estava na poltrona da frente virou para mim e me pediu para guardar o lugar dela, pois ela estava guardando o lugar da tia dela eu como uma pessoa boa guardei (Ahhh eu me odeio). Depois de alguns instantes ela sentou do meu lado e começou a conversar no celular, pouco tempo depois paguei minha passagem ao cobrador - que só cobrou depois que o ônibus estava relativamente cheio, o que não demorou - e aproveitei para dormir. Graças ao meu bom Deus eu dormi feito um anjinho, em sacolejo, mas dormi. Porém como convém acordei num período da viagem (Camaçari/BA - Salvador/BA)  e para o meu azar a tal garota ainda estava no telefone e para a minha tristeza ela falava bem auto, logo o meu dilema começou... A criança (vamos ironizar) falava com alguém que parecia ser o seu namorado ou ex-namorado (sei lá), era um pouco confuso veja o porquê...
Ela - "Oi amor você está aonde?" (imaginei que ela havia desligado e ligado novamente)
        "Onde?!?!?!?"(Alterou a voz)
        "Para quê você desceu com a moto, não tem como fazer isso aí em cima?!"(ela estava zangada)
        "Ahhh sim! E como você está, minha vida?"(Com voz meiga)
Ela começou conversar de forma normal, então me concentrei na paisagem e achei que tinha me livrado dela. De repente ela grita:
        "Porquê você ainda não deu o seu numero para colocar o crédito?! Você disse que ia colocar crédito, mas até agora você não disse seu número, ou ainda não chegou? O quê? Hãm? você já colocou? (a voz foi sendo suavizada) Colocou? (sorriu) Quero receber mensagens viu? E ligue para mim, pois eu mando mensagem para você o dia todo"
       "Não me chame de Nega, que eu não te dou intimidade"(Ela grita)
(Ela não grita mais)"Está ouvindo minha vida, quero mensagens..."
(Ela grita de novo)"Você ainda não chegou em casa?!"
(Ela não grita)"Ahh, então quero ouvir você batendo o portão"
(Ela grita)"Eu quero ouvir você batendo portão.. vamos agora! Não me chama de Nega! Vai eu quero ouvir que você chegou! Eu não tenho nada contigo para ouvir os seus conselhos e não me chama de Nega! (A voz muda um pouco e se torna menos agressiva) Vamos minha vida, bate o portão! O que? Hãm?! Se você não quer falar comigo desligue o telefone"

Neste momento ela dar uma risada sem graça e tira o telefone do ouvido
(KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK). Aleluiaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa! Ele enfim desliga o telefone e ela percebe que o ponto dela é próximo. E  é este a melhor parte da história: "Eu me livrei dela!".



terça-feira, 8 de maio de 2012

Ismália

Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...


Alphonsus de Guimaraens

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Sem Começo e se Fim - Capitulo II

Uma inexperiente aconselhando
 

Certa vez uma colega minha me procurou, chorando e disse:
 – Ângela, eu acho que meu namorado está me traindo e eu não sei se termino com ele. Diz ele que é tudo mentira e que não faria isso comigo, mas não acredito nele. As outras meninas pediram para esquecer isso, deixar pra lá. O que faço?
Tadinha pediu conselho a pessoa errada. Nunca tinha me apaixonado, muito menos beijado, quanto mais namorado. Diante daquele momento de raiva disse:
– Largue de ser besta menina, ficar sofrendo por um cara que nem te ama de verdade, termine com ele. Pois, esse sem vergonha não te merece.
Eu estava com tanta raiva daquilo, e eu não entendia porque era tão difícil para ela pôr fim naquilo tudo. Conversei muito com ela, no entanto não conseguir convencê-la.
 – Ângela, decidi que não vou terminar com ele, era a sem vergonha da menina que ficava dando em cima do garoto. Ele é inocente nessa história.
Mas eu me mordi de raiva por dentro
 – Você é quem sabe... Se confia nele, então tudo bem. Mas quem é esse mesmo?
     – Puxa! Ângela eu não acredito que não conhece. É Marcos da 7ª C.
 – Eu não faço idéia de quem seja – rir.
 – Não acredito! – riu também – É um moreno, cabelo liso e castanho.
     – Já disse que não faço idéia, não conheço muito bem o povo daquela sala.
     – Então depois te apresento.
 – Ok – sair de perto com tanta raiva, pois eu nunca engolir bem traições muito menos traições perdoadas.
E enquanto isso o Abel me rodeava, já estava ficando preocupada, não queria ter um apaixonado no meu caminho. Viviam insistindo para ter meu telefone, mas é nunca que eu iria dar o meu número para ele! Talvez isso te pareça estranho, no entanto há algum tempo atrás essa questão de meninos ligando para suas filhinhas era muito difícil para os pais e para mim era vergonhoso. Foi quando o Gabriel deu meu número para ele. Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa! Desculpe-me, só queria que entendesse meu desespero.
– Ângela tem uma amiga sua aqui na linha querendo falar com você – disse meu irmão, ah! Foi isso mesmo que você entendeu: amigA.
– Alô!
– Alô!
Ouço uma voz fina, porém conhecida. Descobrir logo quem era:
– Fala sério! Eu não acredito.
 – Sabe quem está falando? – continuou a farsa.
– Claro que sei quem é. Eu não acredito que o Gabriel te deu meu número, e por que você ligou para mim?
– Me desculpe vossa realeza – iniciou a ironia – não sabia que precisava de sua permissão. Devo me ajoelhar a seus pés?
– Deve sim, e claro que precisava da minha permissão – eu odiava ele, eu odiava o Gabriel.
– Já estou me ajoelhando, posso ao menos saber como você está?
– Agora estou péssima, mas já estou desligando. Tchau!
– Ok, desculpe-me – um tom mais preocupado – tchau!
Pensei que nunca mais iria me procurar, mas me enganei ele continuou a me procurar e eu comecei a não evitá-lo tanto, no fundo eu achava que ele era uma pessoa legal, porque ele era mesmo. E também estava começando a gostar de cortejada.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Pequeno Príncipe - O Bêbado.

O planeta seguinte era habitado por um bêbado. Esta visita foi muito curta, mas mergulhou o principezinho numa profunda melancolia.
- Que fazes aí? perguntou ao bêbado, silenciosamente instalado diante de uma coleção de garrafas vazias e uma coleção de garrafas cheias.
- Eu bebo, respondeu o bêbado, com ar lúgubre.
- Por que é que bebes? perguntou-lhe o principezinho.
- Para esquecer, respondeu o beberrão.
- Esquecer o quê? indagou o principezinho, que já começava a sentir pena.
- Esquecer que eu tenho vergonha, confessou o bêbado, baixando a cabeça.
- Vergonha de quê? investigou o principezinho, que desejava socorrê-lo.
- Vergonha de beber! concluiu o beberrão, encerrando-se definitivamente no seu silêncio.
E o principezinho foi-se embora, perplexo.
As pessoas grandes são decididamente muito bizarras, dizia de si para si, durante a viagem.

Sem Começo e sem Fim. - Capitulo I


Era uma vez,
Certa vez
Olá meu nome é Ângela e eu ainda não sei como começar essa história, nem sei se ao menos saberei terminar. Estou nervosa! Eu sempre tento iniciá-la e nunca consigo. Na verdade essa minha história de amor é assim mesmo. Eu nunca começo, mas também nunca consigo terminar e ao desenrolar dela você irá me entender, isso se você quiser continuar lendo..

Tentando começar


Eu nunca soube o que era mesmo se apaixonar, melhor eu nunca me permitir a isso. Via as minhas amigas se apaixonando e desapaixonando (coisa de menina adolescente com treze anos de idade), achava uma bobeira afinal de contas elas sofriam por tão pouquinho e o pior é que eu sabia que logo iria passar e então elas se apaixonariam por mais um garoto bobo e infantil. Para mim todos eram crianças, sem o mínimo de inteligência e por essa causa, não me permitiria me apaixonar assim. Eu tinha 12 anos e o que eu menos queria era vê acontecer um amor em minha vida, e ainda bem que isso não aconteceu, porém foi partir desse ano que se desenrolou acontecimentos inovadores em minha vidinha comum.
No ano anterior, eu era 6ª série e teve uma feira de música em minha escola onde cada sala ficaria com um ritmo, e a minha professora de geografia decidiu criar um grupo diferente, sendo esse o gospel. Então como sou evangélica aceitei participar desse grupo e foi nisso que conheci o Gabriel (que no futuro se tornou um grande amigo). Não falava muito com ele nesse ano, mas quando foi exatamente na 7ª serie no auge dos meus doze anos que nós começamos uma grande amizade. Certo dia ele me convidou para ir a uma festa de adolescentes que iria ter na igreja dele, chamei minha amiga então fomos com os pais dela. O culto foi uma benção e nunca me esqueci da cor da farda dos adolescentes (blusa amarela e calça preta). No final fui rapidinho falar com o Gabriel e nessa ida ele me apresentou o Abel. “Ah! Se eu soubesse nunca teria vindo” – pensei – como disse: eu me imunizava contra qualquer tipo interesse “apaixonal”.
Depois disso o Abel começou a me procurar mais e ir sempre a meu colégio para me vê. Ele estava começando a se apaixonar, porém meu coração continuava fechado para qualquer sentimento amoroso. Mas foi a partir dele que me tornei menos insensível as paixonites de adolescentes.