domingo, 28 de novembro de 2010

Saudades em lágrimas

          Um pingo de lembrança caiu em forma de lágrima.
          Sentados nós dois no sofá da minha casa. Eu segurava as suas mãos, docemente sentia os seus lábios. O seu abraço era quente e confortável.
          Abro os olhos e deixo mais uma lembrança escorrer no rosto triste e pálido.
          Abraçados estávamos, e não sabíamos o que nos iria acontecer depois de um mês.     Eu sentia que aquele instante era a nossa despedida e que nada mais seria igual, meu coração batia tão forte que até hoje posso sentir a sua intensidade.
          De olhos fechados mesmo, desenho a continuidade dessa lembrança.
          Agora, deitado em meu colo, vidro-me no teu olhar. Nada, nada mais vinha em minha mente além do seu doce olhar. Ele nunca tinha me olhado daquele jeito, jamais me olharia de novo assim. Nesse momento me desmanchei, e até criei um poema, no entanto dele eu conseguir esquecer. Eu te decorei de forma que eu não pudesse mais esquecer os teus olhos. É! Realmente o que sinto é amor. Então ele teve que ir embora, após isso nada mais foi igual.
         Olho-me no espelho, escuto uma música de melodia suave e deixo outra lembrança derramar.
         Agora ele está de distante, atravessa a rua. Eu o vejo, mas me recuso a declarar isso. Permito-me passar por ele e finjo não sentir a sua presença. Com o coração na mão não viro rosto para vê-lo e mais, seguro o meu corpo para não correr para os seus braços.
         Espremo os olhos e deixo escorrer a última recordação.
Abaixei a cabeça e tentei não ver o olhar que até hoje me atormenta em sonhos. E minto para mim dizendo que consigo viver sem esse amor.


J.A. De Jesus

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